O documento em questão, com 231 páginas, detalha passo a passo como a fraude foi operacionalizada, desde a impressão das carteiras de vacinação falsas até a destruição dos certificados e a exclusão de dados do sistema do Ministério da Saúde. Além disso, a PF aponta que o ex-presidente teria se associado a outros investigados para cometer os crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações, visando obter vantagens indevidas relacionadas à pandemia.
Segundo o delegado Fábio Alvarez Shor, Bolsonaro e outros 16 investigados foram indiciados por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, com penas que somadas podem chegar a 15 anos de reclusão. A investigação teve início após uma notícia de fato enviada pela Controladoria-Geral da União que apontava possíveis inserções de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde em nome do ex-presidente.
O relatório ainda destaca a conduta do ex-presidente em relação à vacinação, lembrando declarações em que ele se mostrava contrário à vacinação de crianças e adolescentes. Segundo a PF, não há evidências de que Mauro Cid tenha agido sem o conhecimento de Bolsonaro, indicando que o ex-presidente teria solicitado as inserções falsas nos sistemas do Ministério da Saúde.
As defesas do ex-presidente ainda não se manifestaram sobre as acusações, e o advogado Fábio Wajngarten, que representa Bolsonaro, mencionou um “vazamento aos litros” nas redes sociais. A PF ressaltou que todos os envolvidos tinham plena ciência das inserções falsas e que o ex-presidente se associou aos demais investigados para cometer os crimes. A investigação segue em andamento para apurar todos os detalhes do caso.