De acordo com o relatório do BCE, nos últimos anos a economia da zona do euro tem enfrentado uma série de desafios, como a pandemia de Covid-19 e as mudanças no setor de energia decorrentes do conflito entre Rússia e Ucrânia, que resultaram em sanções. Esses fatores têm interagido com transições em curso, como a transição para uma economia mais verde e a digitalização, tornando incerta a perspectiva de produtividade.
Os autores do relatório destacam que as respostas rápidas e generosas das políticas em nível nacional e europeu têm contribuído para mitigar os impactos da pandemia sobre famílias e empresas. A realocação de recursos para aumentar a produtividade não sofreu grandes distorções em 2020, apesar do apoio político ter reduzido o impacto da crise.
No entanto, segundo a análise, o impacto da digitalização nas empresas tem sido limitado, devido à falta de investimento em habilidades digitais relevantes e complementaridades intangíveis. A transição para uma economia mais verde também pode impulsionar a produtividade, mas exigirá tempo para se refletir em ganhos concretos.
No curto e médio prazo, a transição verde pode até mesmo reduzir o crescimento da produtividade, devido aos ajustes necessários nesse processo. Os autores do relatório alertam que a incerteza causada pelos choques recentes e pelas mudanças estruturais na zona do euro torna difícil prever com precisão os efeitos desses acontecimentos na produtividade no médio prazo.
Portanto, é fundamental que as políticas econômicas sejam flexíveis e estejam preparadas para lidar com as incertezas e desafios que surgem desses choques e transições em curso na economia da zona do euro.