Os cães estavam espalhados pelos três pavimentos da propriedade, convivendo com fezes e urina acumuladas, inclusive nos potes de ração. Alguns deles eram mantidos em gaiolas, sofrendo de desnutrição, dermatite, pulgas, carrapatos, sarna, conjuntivite, otite e até mesmo úlcera de córnea. Além disso, existiam cadelas que haviam passado por cesáreas e recebido pontos com linha de pesca.
Além dos maus-tratos aos animais, foi identificada no local uma clínica veterinária clandestina, onde eram encontrados medicamentos vencidos, anabolizantes e material cirúrgico enferrujado. A falta de alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária completava o quadro de ilegalidades.
A condenação da proprietária do canil incluiu uma pena de dois anos e oito meses de reclusão, em regime semiaberto, e mais dois anos e dois meses de detenção. Além disso, ela terá que pagar uma quantia significativa ao Instituto Luisa Mell, responsável pelos cuidados veterinários dos cães resgatados.
No entanto, a acusada já recorreu da decisão, alegando que sempre buscou tratar os animais da melhor maneira possível e que os laudos utilizados como provas são duvidosos. Ela também nega as acusações de exercício ilegal da profissão, garantindo que os cães eram tratados por profissionais qualificados em vias de regularização.
A batalha judicial entre a proprietária do canil e as autoridades competentes promete continuar, com ambas as partes defendendo seus pontos de vista e buscando demonstrar a verdade por trás dos acontecimentos. A tragédia desses cães indefesos serve de alerta para a importância da proteção e do bem-estar animal em nosso país.