A idealizadora do projeto, Joice Marques, educadora popular formada pela Fiocruz, deixou o emprego de escritório há cinco anos para se dedicar integralmente à Casa Akotirene. O local oferece diversas atividades, como direcionamento de jovens a vagas de menor aprendiz, distribuição de cestas básicas e absorventes, oficinas de tranças, língua iorubá e customização de acessórios afro, além de cursos de informática e panificação.
A comunidade atendida pela Casa é composta, em sua maioria, por mulheres de diversas faixas etárias, originárias de Ceilândia Norte e arredores. O objetivo das atividades é promover o empoderamento e a autonomia das mulheres, fornecendo conhecimentos úteis a longo prazo.
A Casa Akotirene é mantida por meio de parcerias e doações, já que não recebe apoio financeiro de entidades públicas, apesar de estar localizada próxima a elas. O nome da Casa é uma homenagem a Akotirene, considerada uma das lideranças femininas do Quilombo dos Palmares, e as atividades desenvolvidas têm como base os princípios quilombolas de acolhimento, comunidade e pertencimento.
Além das ações realizadas na Casa, a comunidade Sol Nascente, a segunda maior do país, recebe apoio há quatro anos. Lá, a Casa Akotirene oferece cursos que auxiliam na geração de renda, como o de trançado, e distribui absorventes mensalmente para cerca de 50 meninas.
A Casa Akotirene também busca orientar as mulheres sobre uma alimentação não colonizada, incentivando o uso de plantas e recursos naturais para a saúde. As rodas de conversa são atividades bastante procuradas pelas mulheres locais, que encontram na Casa um espaço de acolhimento e troca de conhecimentos.
Em meio às atividades culturalmente enriquecedoras promovidas pela Casa Akotirene, a importância do empoderamento e valorização da cultura afrodescendente se destaca como uma iniciativa transformadora e necessária para a comunidade atendida.