De acordo com os sindicatos, a greve afeta cerca de 3% das 1.500 escolas municipais, embora a prefeitura tenha divulgado uma porcentagem menor. Além do reajuste salarial, os professores reivindicam a incorporação de 39% do valor pago como abono complementar ao salário, visando o fim do pagamento por subsídio.
Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal), destaca a importância de garantir a progressão na carreira e a valorização dos docentes. Uma das principais demandas dos professores é a mudança nas regras da reforma previdenciária, que impactou a contribuição dos aposentados.
Outro ponto relevante na pauta da greve é a busca por melhores condições de trabalho, em especial na educação especial para alunos com deficiência. Os professores denunciam a falta de suporte e recursos adequados para lidar com o aumento de casos de transtornos nas escolas, o que tem gerado sobrecarga e desgaste aos profissionais.
Norma Lúcia dos Santos, presidente do Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal de São Paulo), ressalta a necessidade de garantir as condições adequadas para a inclusão e desenvolvimento de todas as crianças, destacando que a falta de recursos tem prejudicado o trabalho dos professores.
Diante da greve dos professores, a Prefeitura de São Paulo propôs um reajuste de 2,16% para todos os servidores municipais, incluindo benefícios como vale-alimentação e auxílio-refeição. A proposta para os professores que recebem o piso salarial foi de 3,62%, além da antecipação do pagamento do Prêmio de Desempenho Educacional (PDE).
A prefeitura informou que mantém diálogo com as entidades sindicais para atender às demandas dos professores, mas não se pronunciou diretamente sobre as reivindicações por melhores condições de trabalho. A greve dos professores representa um desafio para a gestão municipal, que precisa negociar para garantir um retorno equilibrado à rotina educacional na cidade de São Paulo.