Com uma orla de 14 quilômetros, a distância entre a rodovia e o mar varia entre 480 e 580 metros, proporcionando um cenário único para a proliferação de edifícios. Itapema possui o segundo metro quadrado mais caro do Brasil, ficando atrás apenas de Balneário Camboriú, o que demonstra o alto valor dos imóveis na região.
Nos últimos cinco anos, a quantidade de áreas licenciadas para novas construções triplicou, atingindo a marca de 1,4 milhões de metros quadrados em 2023. A verticalização tem sido um dos principais atrativos para os investidores, como o jogador Neymar, que está construindo um prédio de 41 andares com vista para o mar, com um tríplex no valor de R$ 40 milhões.
Para atrair mais investimentos e promover o crescimento sustentável da cidade, a prefeitura anunciou o alargamento de 4 km da faixa de praia, um investimento de R$ 100 milhões que visa otimizar a ocupação da orla e manter a beleza natural do local. Outra medida importante foi a instituição da lei do cone de sombreamento em 2022, que limita a altura dos prédios de acordo com a projeção da sombra na praia.
No entanto, especialistas alertam para os impactos ambientais que essas transformações podem causar. Pesquisadores da UFSC emitiram uma nota técnica em 2023, apontando os perigos dos projetos de engordamento de praias e defendendo a necessidade de estudos mais detalhados de impacto ambiental. O desafio para Itapema é manter o equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação ambiental, garantindo um crescimento sustentável e consciente para as futuras gerações.