Um levantamento feito pela equipe do jornal revelou que a maioria das mortes por dengue no Distrito Federal ocorre em pessoas negras, representando 66% do total de óbitos, enquanto a população negra da capital corresponde a 59%, de acordo com dados do censo de 2022. Esse cenário evidencia a questão das desigualdades sociais e a relação direta entre condições de vulnerabilidade e incidência de doenças como a dengue.
Para o diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do DF, Adriano Oliveira, as arboviroses são doenças influenciadas por fatores sociais, como ocupação urbana desordenada e condições precárias de saneamento básico. Oliveira ressaltou a importância de abordagens que considerem essas questões estruturais para o controle eficaz da dengue.
Os dados sobre a falta de informação de raça em casos suspeitos de dengue evidenciam falhas no preenchimento de registros nos serviços de saúde. O aumento expressivo de casos em 2024 tem sobrecarregado o sistema, dificultando a coleta de informações completas. Além disso, a combinação de altas temperaturas e chuvas tem acelerado a reprodução do mosquito Aedes aegypti, contribuindo para a propagação da doença.
Diante desse cenário preocupante, o Ministério da Saúde anunciou medidas de combate à dengue, incluindo a priorização da vacinação para crianças e adolescentes. A pasta adquiriu um estoque de vacinas do laboratório japonês Takeda, que serão disponibilizadas gradualmente. O objetivo é tornar a dengue uma doença prevenível através da imunização da população mais vulnerável.
Nesse contexto, é fundamental a conscientização da população sobre medidas de prevenção, como a eliminação de criadouros do mosquito transmissor. A mobilização de autoridades públicas, profissionais de saúde e da sociedade em geral é essencial para o controle efetivo da epidemia de dengue que assola o país em 2024.