Estudantes de 14 a 16 anos querem poder escolher parte do currículo do ensino médio, aponta pesquisa do Datafolha.

Um recente estudo realizado pelo Datafolha revelou que a maioria dos estudantes entre 14 e 16 anos tem interesse em poder escolher parte do currículo que vão estudar no ensino médio. Segundo a pesquisa encomendada pela organização Todos pela Educação e divulgada nesta segunda-feira, 65% dos jovens entrevistados manifestaram o desejo de ter essa liberdade de escolha.

O levantamento contou com a participação de 462 estudantes de diversas regiões do Brasil, matriculados tanto em escolas públicas quanto particulares. As entrevistas foram realizadas entre 29 de janeiro e 9 de fevereiro de 2024, com uma margem de erro de 5% para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.

De acordo com a pesquisa, 35% dos jovens preferem uma escola que ofereça as mesmas disciplinas para todos os alunos em parte do tempo, enquanto em outra parte possam aprofundar conhecimentos em áreas de maior interesse. Já 30% optam por uma escola que combine disciplinas comuns a todos com a possibilidade de cursar um técnico profissional.

Os resultados do estudo indicam que a maioria dos estudantes concorda com as mudanças implementadas no novo ensino médio, em vigor desde 2022. Este modelo prevê que 60% da carga horária seja destinada a disciplinas regulares comuns a todos, enquanto os outros 40% são compostos por optativas dentro de áreas do conhecimento, conhecidas como itinerários formativos.

No entanto, a pesquisa revelou que 35% dos alunos prefeririam voltar ao modelo anterior, no qual todos estudavam as mesmas disciplinas. Além disso, muitos estudantes e professores criticaram a retirada de tempo de aula de disciplinas regulares, como português e matemática, em detrimento de disciplinas consideradas menos tradicionais, como “brigadeiro gourmet” ou “como se tornar um milionário”.

Apesar das críticas, Olavo Nogueira, diretor-executivo do Todos pela Educação, enfatizou que os jovens demonstram interesse na essência do novo modelo de ensino médio, destacando a importância dos princípios adotados. Vale ressaltar que a pesquisa também evidenciou que mais da metade dos entrevistados afirmou não estar bem informada sobre as mudanças no currículo do ensino médio.

Por fim, vale mencionar que os dados dessa pesquisa divergem de um estudo realizado pela Unesco Brasil no final do ano anterior, o qual apontou que a maioria dos alunos, professores e gestores estavam insatisfeitos com as mudanças. Enquanto o debate sobre o modelo ideal de ensino médio continua, os resultados desses estudos são fundamentais para embasar futuras decisões e ajustes na educação do país.

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