Oficina da Sesai visa capacitar técnicos para controle e eliminação da malária em territórios indígenas prioritários.

A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) está promovendo a Oficina de Microplanejamento das Ações para Controle e Eliminação da Malária nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) nesta segunda-feira (11). O principal objetivo da iniciativa é capacitar técnicos para a vigilância da malária em 25 DSEIs priorizados pelo órgão.

Os DSEIs selecionados para receberem a capacitação são Araguaia, Tocantins, Xavante, Xingu, Maranhão, Cuiabá, Vilhena, Kaiapó do Mato Grosso, Altamira, Alto Rio Purus, Guamá-Tocantins, Alto Rio Juruá, Manaus, Kaiapó do Pará, Amapá e Norte do Pará, Alto Rio Solimões, Leste de Roraima, Médio Rio Purus, Porto Velho, Vale do Javari, Médio Rio Solimões e Afluentes, Rio Tapajós, Parintins, Alto Rio Negro e Yanomami.

A programação da oficina se estende até a próxima quarta-feira (13) e tem como público-alvo as chefias das divisões de Atenção à Saúde Indígena (Diasis), os pontos focais e os técnicos da vigilância da malária dos DSEIs de região endêmica. O evento será realizado em duas turmas, uma com 50 e outra com 40 participantes, visando garantir uma capacitação abrangente e eficaz.

A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida por mosquitos do tipo Anopheles. Os sintomas mais comuns da doença incluem calafrios, febre, sudorese, cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos. É importante ressaltar que gestantes, crianças e primoinfectados estão mais suscetíveis a complicações graves, especialmente em casos causados pelo protozoário Plasmodium falciparum.

No Brasil, entre as 400 espécies de mosquitos Anopheles, 11 são consideradas relevantes na transmissão da malária, sendo o An. Darlingi o principal vetor com ampla distribuição no território nacional. O risco de infecção por malária entre povos indígenas é duas vezes maior do que entre não indígenas na região amazônica, de acordo com dados da Secretaria de Saúde Indígena. O acesso limitado e fatores socioculturais também dificultam o diagnóstico e tratamento eficaz da doença nessa população.

Entre 2018 e 2020, foi observado um aumento de 38,2% nos casos de malária em áreas indígenas, com 21 distritos indígenas registrando casos da doença em 2022. Alguns DSEIs, como Yanomami, Alto Rio Negro, Rio Tapajós, Médio Rio Solimões e Afluentes e Vale do Javari, apresentaram aumento nos registros de malária. Este cenário reforça a importância das ações de controle e eliminação da doença em comunidades indígenas.

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