O TCU chegou a essa conclusão após ter acesso completo ao Sigma, que é o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, e cruzar essas informações com o banco de dados de armas apreendidas em São Paulo durante o período analisado. Os dados de apreensões foram fornecidos pelo Instituto Sou da Paz ao TCU e são provenientes do Governo de São Paulo, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.
A listagem de armas inclui informações de todas as apreensões policiais, realizadas principalmente pela Polícia Militar, em situações como roubos, porte ilegal e ameaças. No entanto, especialistas apontam que o percentual de 8% pode ser ainda maior, visto que metade das armas apreendidas apresentavam numeração suprimida, dificultando o cruzamento de dados.
Para o líder da bancada da bala e novo presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Alberto Fraga, o percentual de 8% é considerado baixo e pode estar superestimado. Ele destaca que os CACs envolvidos em ocorrências devem ser rigorosamente punidos, mas ressalta que essa não é a realidade da maioria dos membros dessa categoria, que são pacíficos e trabalhadores.
Os dados do TCU também mostram que apenas 86 das armas apreendidas estavam registradas no sistema do Exército como roubadas, furtadas ou extraviadas. Isso levanta questões sobre a eficácia do controle e monitoramento dessas armas, uma vez que, segundo especialistas, muitas armas legalmente registradas no Exército acabam sendo desviadas para o mercado ilegal e utilizadas em atividades criminosas. A mudança na política de controle do setor tem sido apontada como fator que fortaleceu essa ligação entre armas legais e o mercado ilegal.