Operações letais na Baixada Santista desafiam ONU e a Liga da Justiça, mas governador de São Paulo permanece indiferente.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, parece não se abalar com as denúncias de violência policial na Baixada Santista. Em resposta à Conectas Direitos Humanos e à Comissão Arns, que levaram o caso à ONU, ele afirmou de maneira desdenhosa: “o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”.

Essas declarações vêm em meio a um cenário alarmante de aumento da letalidade policial na região. Nos primeiros dois meses de 2024, o número de mortes causadas por policiais militares em serviço na Baixada Santista cresceu 94% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ministério Público Estadual de São Paulo divulgou esses dados preocupantes.

O governador, no entanto, demonstra tranquilidade diante da situação. Ele implementou o desmonte da política de câmaras corporais, que havia contribuído para uma significativa redução nas mortes de policiais em serviço. Sua postura parece ignorar as vidas dos servidores públicos, priorizando a imagem de homem duro em detrimento da segurança e bem-estar dos agentes.

Além disso, Tarcísio de Freitas nomeou um ex-integrante da Rota como secretário de Segurança Pública, que defendeu publicamente que policiais deveriam ter pelo menos três homicídios no currículo para serem considerados bons. Isso evidencia uma preocupante valorização da violência dentro das forças de segurança.

As incursões policiais na Baixada Santista têm gerado caos e terror, afetando a rotina dos moradores locais. Relatos de invasões de domicílio, busca e apreensão sem mandado judicial e destruição de propriedades por parte das forças policiais têm sido registrados pela Defensoria Pública. A situação é alarmante, mas o governador parece não se importar.

Os relatos de execuções sumárias e violações dos direitos humanos são constantes. Histórias como a de Hildebrando Neto, um deficiente visual executado em seu quarto na presença de seus familiares, demonstram a gravidade da situação. Mesmo diante dessas atrocidades, o governador se mantém tranquilo, demonstrando uma postura de desinteresse diante das violações cometidas por agentes do Estado.

É essencial que medidas sejam tomadas para conter a violência policial na Baixada Santista e garantir a proteção dos direitos humanos. O papel do governador nesse contexto merece uma reflexão séria e crítica, pois a segurança da população depende de ações efetivas e responsáveis por parte das autoridades governamentais.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo