O indicador analisa as mortes maternas obstétricas diretas e indiretas por 100 mil nascidos vivos, e foi comparado com a meta global dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que busca reduzir essa taxa para menos de 70 óbitos por 100 mil nascidos vivos até 2030.
O Brasil manteve-se abaixo desse patamar de 2010 a 2019, com o indicador apontando 57,9 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos. No entanto, com a chegada da pandemia, a razão aumentou para 74,7 em 2020 e disparou para 117,4 em 2021.
Em contrapartida, em 2022, com a vacinação contra a Covid-19 mais avançada, o indicador caiu para 57,7 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos, retornando a um nível semelhante ao de 2019. Betina Fresneda, analista da pesquisa do IBGE, destacou que essa redução está ligada ao acesso restrito ao pré-natal durante os primeiros anos da pandemia.
Outros estudos já apontaram que o aumento das mortes maternas está diretamente ligado aos efeitos da Covid-19 durante a crise sanitária. A mortalidade materna é definida como aquela que ocorre durante a gestação, parto ou até 42 dias após o parto, decorrente de causa relacionada ou agravada pela gravidez.
Os dados divulgados são parte de uma síntese de indicadores sociais sobre as mulheres. O Brasil se comprometeu com as Nações Unidas a reduzir a taxa de mortalidade materna para, no máximo, 30 por 100 mil nascidos vivos até 2030, um objetivo que ainda está distante com base nos números mais recentes.
É importante ressaltar que níveis elevados de mortalidade materna refletem uma prestação insatisfatória de serviços de saúde para mulheres antes e durante a gestação. A celebração do Dia Internacional da Mulher coincide com a divulgação desses dados, destacando a importância de medidas para garantir a saúde e segurança das mulheres no Brasil.