Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, Tarcísio explicou que os policiais seriam convocados para cuidar da disciplina, civismo e auxiliar o corpo docente, justificando a diferença salarial devido ao número de funções desempenhadas. Ele afirmou que, embora reconheça as dificuldades enfrentadas pelos professores em relação à estrutura e salários, o estado precisa primeiro “arrumar as contas” antes de promover melhorias na educação.
No entanto, vale ressaltar que Tarcísio já havia admitido anteriormente a necessidade de melhores condições de trabalho para os professores da rede estadual. Mesmo sem aumento do piso salarial neste ano e sem propostas de progressão de carreira, o governador prometeu cuidar dos profissionais da educação e da saúde após realizar o ajuste financeiro no estado.
O projeto de lei para a criação do programa de escolas cívico-militares foi encaminhado à Alesp na quinta-feira e deve ser discutido e aprovado em breve. A proposta prevê a abertura de 50 escolas cívico-militares no próximo ano e outras 50 em 2026, com a participação dos PMs da reserva para atividades de segurança escolar e atividades extracurriculares.
A Secretaria de Educação negou que os salários dos policiais serão maiores do que os dos professores, afirmando que a média salarial dos docentes é de R$ 6.057. No entanto, o adicional pago aos agentes de segurança será somado aos seus proventos da reserva, resultando em uma remuneração mais alta.
Em meio à polêmica, Tarcísio busca implementar o modelo de escolas cívico-militares no estado como uma forma de se contrapor ao governo federal, que decidiu encerrar o programa nacional de fomento a essas escolas. A proposta do governador não especifica o número de policiais envolvidos ou o custo anual do programa, mas estima-se que cada policial possa receber até 13% a mais do que o piso salarial dos professores estaduais.