Para Boccato, teólogo e filósofo, Tomás de Aquino foi uma figura luminosa e inteligente em sua época, trazendo um novo paradigma do mundo antigo para a escolástica medieval. Seu pensamento tomista foi fundamental na conciliação entre a fé cristã e a razão, destacando a importância dada à centralidade da razão na compreensão do real, em oposição à dualidade de fé e crença.
A contribuição de Aquino para o pensamento foi notável, ao acolher e expandir os conceitos aristotélicos no meio ocidental cristão, apesar da resistência inicial devido à origem pagã de Aristóteles. Sua abordagem inovadora e o uso da razão como instrumento para compreender a fé tornaram-no alvo de críticas e desconfianças por parte da ortodoxia religiosa.
A influência política do pensamento de Aquino fez com que a Igreja Católica adotasse algumas de suas teses revolucionárias, como a importância da consciência sobre as leis. Frei Betto, frade dominicano, destaca a densidade política do pensamento de Aquino e seu impacto na resistência contra a ditadura militar no Brasil.
Tomás de Aquino, canonizado em 1323, deixou um legado duradouro que perdura até os dias atuais. Sua visão de harmonia entre fé e ciência, baseada na ideia de que a razão é um estatuto criado por Deus, torna seu pensamento relevante e atual, sendo uma referência para aqueles que buscam conciliar fé e razão na vida religiosa. Em 1879, a encíclica “Pai Eterno” promoveu um ressurgimento do tomismo, reforçando a importância do pensamento de Aquino nas instituições e universidades da Igreja Católica.