Falta de investimento compromete Secretaria de Políticas para Mulher no governo de São Paulo em seu segundo ano de atuação

No segundo ano de gestão do governador Tarcísio de Freitas no estado de São Paulo, a Secretaria de Políticas para Mulher se encontra em meio a um impasse orçamentário que prejudica a implementação de políticas de combate à violência e de redução das desigualdades de gênero.

De acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA) vigente, foram destinados R$ 5 milhões para programas de enfrentamento à violência contra a mulher e de empreendedorismo feminino, no entanto, tais recursos foram congelados pela gestão atual. A justificativa apresentada é que esse contingenciamento se aplica a todas as pastas e está relacionado às incertezas econômicas do momento.

O orçamento total da Secretaria é de R$ 24 milhões, dos quais R$ 10 milhões já foram bloqueados e outros R$ 10,2 milhões deverão ser utilizados para cobrir despesas administrativas. Além disso, outras políticas públicas previstas, como aquelas voltadas para a saúde da mulher, também sofrem com a falta de recursos adequados.

Apesar dos desafios financeiros, o governo de São Paulo destaca a existência de 140 Delegacias de Defesa da Mulher (DDM), bem como da possibilidade de registrar boletins de ocorrência 24 horas por dia. No entanto, um levantamento recente mostrou que apenas 3% do orçamento previsto para as DDMs foi efetivamente utilizado em 2023.

Com um aumento significativo nos casos de feminicídio em 2023, a sociedade civil e especialistas apontam a necessidade de investimentos em áreas como assistência social, saúde e acesso ao emprego para garantir a autonomia e a segurança das mulheres. A advogada Ana Paula Braga ressalta que a Lei Maria da Penha, embora avançada, não é suficiente para enfrentar todas as formas de violência de gênero.

Diante desse contexto, a promessa de entrega de 23 Casas da Mulher e a regulamentação do auxílio-aluguel para mulheres em situação de violência doméstica representam medidas positivas, porém, a falta de recursos adequados continua sendo um obstáculo para a efetivação dessas políticas. Com um orçamento reduzido em comparação a outras pastas, a Secretaria de Políticas para Mulher enfrenta desafios de financiamento que comprometem a implementação de projetos e ações em prol da igualdade de gênero e do combate à violência contra a mulher.

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