Os kamakãs mongoiós, antes dispersos em áreas urbanas da região, decidiram retomar a aldeia e estabelecer-se no local, buscando garantir seus direitos e preservar sua cultura. Em vídeos divulgados nas redes sociais pela União Nacional Indígena (UNI), Merong explica como a luta pela terra e pelos recursos naturais foi fundamental para a comunidade, que reivindicava acesso à vacinação e a serviços básicos durante a pandemia de covid-19.
A morte de Merong, cujo corpo apresentava sinais de enforcamento, gerou especulações e suspeitas sobre as circunstâncias do ocorrido. Enquanto a Polícia Militar registrou o caso como suicídio, amigos e familiares do cacique levantaram a hipótese de assassinato, alegando que Merong tinha planos e estava engajado em ampliar sua luta pela defesa dos direitos indígenas.
A Polícia Civil e a Polícia Federal estão envolvidas nas investigações, que buscam esclarecer o real motivo por trás da morte de Merong. Se confirmada a tese de homicídio, a questão da competência jurídica torna-se relevante, tendo em vista a proteção dos direitos indígenas previstos na Constituição Federal.
A morte do cacique foi lamentada por diversas organizações e lideranças indígenas, que destacaram a importância de continuar a luta por justiça e respeito aos povos originários. Merong Kamakã Mongoió era conhecido por seu ativismo e apoio a outras comunidades indígenas no Brasil, sendo considerado um defensor dos direitos territoriais e da cultura pataxó-hã-hã-hãe.
O episódio trágico envolvendo o cacique Merong coloca em evidência a vulnerabilidade e os desafios enfrentados pelos povos indígenas no país, que lutam continuamente pela preservação de suas terras e pela garantia de seus direitos fundamentais. A morte de Merong representa não apenas uma perda pessoal, mas também uma reflexão sobre a necessidade de ampliar o diálogo e o respeito às comunidades indígenas no Brasil.
