As obras de concretagem tiveram um impacto direto na largura do rio, levando a vários problemas, como o aumento de enchentes na região. Alcântara relata ter sofrido prejuízos de R$ 6.000 devido às inundações causadas pelo estreitamento do rio.
O total de R$ 2,2 bilhões foi destinado a 140 obras emergenciais de contenção de margens de córregos durante a gestão do prefeito Ricardo Nunes. Isso representa 65% de todo o investimento da prefeitura em obras de combate a enchentes, incluindo a construção de piscinões licitados no mesmo período.
No entanto, as ações estratégicas estabelecidas pela prefeitura para resolver o problema das enchentes receberam menos atenção, com apenas três das 93 obras previstas no Plano Diretor de Drenagem entregues até o final de 2023.
A situação se agrava com relatos de moradores de outras regiões da cidade, como os residentes da rua Botuverá, na zona sul, que passaram a enfrentar enchentes após a realização de obras emergenciais no córrego Água Espraiada. O estreitamento do rio, causado pelas intervenções, levou a inundações e transtornos para a população local.
A concentração dos gastos em obras emergenciais de contenção de margens em um pequeno grupo de construtoras também levanta suspeitas de superfaturamento e falta de planejamento. Uma auditoria do Tribunal de Contas do Município apontou indícios de superfaturamento em algumas dessas intervenções.
É fundamental que a administração pública reveja suas estratégias e prioridades, garantindo que os recursos sejam direcionados de forma eficaz para resolver os problemas estruturais que contribuem para as enchentes na cidade. A transparência e a prestação de contas são essenciais para garantir a integridade e eficiência na execução de obras públicas.