A Operação Verão já se tornou a segunda mais letal da polícia paulista, ficando atrás apenas do Massacre do Carandiru, que ocorreu em 1992 e resultou na morte de 111 presos. Este número de óbitos supera até mesmo a Operação Escudo, realizada na mesma região recentemente, onde 28 pessoas perderam suas vidas.
Gustavo Scandelari, doutor em direito e especialista em Direito Penal e Criminologia pela UFPR, destacou que apesar do alto número de mortes nas operações policiais, cada uma possui características únicas que as diferenciam. Ele ressaltou que a dinâmica da ação policial é crucial para analisar as operações.
Em relação às denúncias de abuso e violência policial durante essas ações, Scandelari afirmou que, no julgamento, a palavra do policial geralmente possui mais peso do que a do cidadão comum. Contudo, ele destacou que a existência de provas sólidas, como vídeos, fotos ou testemunhas, pode alterar esse cenário.
Para resolver o problema da grande letalidade nessas operações, o especialista sugeriu a adoção de câmeras corporais, que poderiam oferecer mais transparência e auxiliar na análise de possíveis abusos por parte dos policiais. Ele ressaltou a importância de uma possível legislação federal que tornasse obrigatório o uso desses equipamentos.
Diante desses acontecimentos, é fundamental que as autoridades avaliem não apenas a eficácia das operações policiais, mas também a garantia dos direitos e da integridade dos cidadãos. A transparência e a prestação de contas são elementos essenciais para manter a confiança da população nas instituições de segurança pública.