Explosão de novos condomínios residenciais verticais em São Paulo prevista para 2024, aponta pesquisa da administradora condominial Lello.

A cidade de São Paulo está prestes a vivenciar um boom na construção de novos condomínios residenciais verticais em 2024. De acordo com projeções do mercado, serão entregues 790 novos empreendimentos em prédios e 28 em construções horizontais, totalizando 818 novos condomínios ao longo deste ano. Esses números representam quase o dobro do registrado em 2023, quando 424 empreendimentos foram inaugurados, e também marcam um recorde desde o início da série em 2021, com 407 condomínios implantados.

A disparada nas entregas é atribuída ao represamento de lançamentos, atrasos nas construções por falta de mão de obra e à redução no ritmo de vendas provocada pela pandemia. Em condições normais, o intervalo entre o lançamento de um empreendimento e a constituição do condomínio varia entre 20 e 30 meses.

Esses dados refletem a tendência de crescimento da verticalização na capital paulista, onde a proporção de moradores em apartamentos aumentou aproximadamente 27% entre 2010 e 2022, conforme o Censo 2022 do IBGE. Fatores como o programa Minha Casa Minha Vida e alterações na legislação urbana que estimulam a construção de prédios mais altos em áreas bem servidas de transporte público contribuem para esse movimento.

A maioria dos novos condomínios será residencial, com apenas 2% destinados a uso comercial. A pesquisa mostra que os empreendimentos de médio ou alto padrão concentram a maior parte da oferta habitacional no município, com apenas 11,5% dos novos condomínios sendo classificados como econômicos.

Os novos imóveis possuem um preço médio de R$ 14,5 mil por metro quadrado, com a maioria das implantações ocorrendo em bairros mais valorizados da cidade. Até o final do ano, os condomínios de alto padrão representarão 24,8% das novas entregas, enquanto os de médio padrão serão 36%. A expectativa de vendas de novos apartamentos também é positiva, com um possível crescimento de até 10% nos segmentos atendidos pelo Minha Casa Minha Vida.

Apesar dos benefícios trazidos pela verticalização, especialistas alertam para a exclusão de uma parcela da população que não tem acesso ao financiamento imobiliário. Além disso, a substituição de casas por prédios nos bairros em processo de verticalização pode tornar esses locais inacessíveis para as camadas mais pobres da sociedade. A discussão em torno do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento da capital paulista também ganha relevância nesse contexto, já que esses instrumentos regulamentam o tamanho e a destinação dos novos empreendimentos na cidade.

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