A disparada nas entregas é atribuída ao represamento de lançamentos, atrasos nas construções por falta de mão de obra e à redução no ritmo de vendas provocada pela pandemia. Em condições normais, o intervalo entre o lançamento de um empreendimento e a constituição do condomínio varia entre 20 e 30 meses.
Esses dados refletem a tendência de crescimento da verticalização na capital paulista, onde a proporção de moradores em apartamentos aumentou aproximadamente 27% entre 2010 e 2022, conforme o Censo 2022 do IBGE. Fatores como o programa Minha Casa Minha Vida e alterações na legislação urbana que estimulam a construção de prédios mais altos em áreas bem servidas de transporte público contribuem para esse movimento.
A maioria dos novos condomínios será residencial, com apenas 2% destinados a uso comercial. A pesquisa mostra que os empreendimentos de médio ou alto padrão concentram a maior parte da oferta habitacional no município, com apenas 11,5% dos novos condomínios sendo classificados como econômicos.
Os novos imóveis possuem um preço médio de R$ 14,5 mil por metro quadrado, com a maioria das implantações ocorrendo em bairros mais valorizados da cidade. Até o final do ano, os condomínios de alto padrão representarão 24,8% das novas entregas, enquanto os de médio padrão serão 36%. A expectativa de vendas de novos apartamentos também é positiva, com um possível crescimento de até 10% nos segmentos atendidos pelo Minha Casa Minha Vida.
Apesar dos benefícios trazidos pela verticalização, especialistas alertam para a exclusão de uma parcela da população que não tem acesso ao financiamento imobiliário. Além disso, a substituição de casas por prédios nos bairros em processo de verticalização pode tornar esses locais inacessíveis para as camadas mais pobres da sociedade. A discussão em torno do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento da capital paulista também ganha relevância nesse contexto, já que esses instrumentos regulamentam o tamanho e a destinação dos novos empreendimentos na cidade.