O adolescente se declarou pardo, porém a comissão de heteroidentificação da USP discordou da autodeclaração após analisar sua foto e realizar um encontro virtual de cerca de um minuto com o candidato. A comissão decidiu que ele não poderia ser considerado pardo devido às características fenotípicas apresentadas.
Esse caso não é isolado na USP, pois outros candidatos aprovados por cotas raciais tiveram sua autodeclaração de raça negra questionada pela instituição. Além disso, a forma de averiguação da autodeclaração varia de acordo com o tipo de seleção feita pelo candidato, gerando questionamentos sobre a isonomia do processo.
A advogada de Glauco argumenta que o procedimento adotado pela USP é ilegal e inconstitucional, ressaltando a diferença de tratamento entre os candidatos aprovados pelo Provão Paulista e aqueles pela Fuvest. A defesa alega que a aferição online prejudica os candidatos, já que a avaliação é realizada apenas por aspectos físicos.
A USP defende a forma virtual de averiguação para evitar prejuízos aos candidatos de fora de São Paulo, destacando que a análise é estritamente fenotípica. A instituição ressalta que a banca de heteroidentificação toma cuidados para garantir a isonomia da oitiva, mesmo que realizada de forma virtual.
Esse caso coloca em debate a importância e os desafios das políticas de cotas raciais nas universidades públicas, bem como a necessidade de aprimoramento nos processos de verificação da autodeclaração. A luta pela igualdade de oportunidades e o combate às fraudes nas políticas de cotas continuam sendo temas relevantes no cenário educacional brasileiro.