De acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira (28), se mantido o ritmo atual, os resíduos, excluindo os industriais e de construção, poderão chegar a 3,8 bilhões de toneladas anuais até meados deste século. Esses números preocupantes ultrapassam as previsões feitas anteriormente pelo Banco Mundial.
A crise será especialmente grave em países que utilizam métodos poluentes para tratar resíduos, como aterros sanitários ou incineração a céu aberto, que acabam resultando na contaminação do solo e na emissão de gases de efeito estufa, como o metano, e gases poluentes, como o carbono negro.
O relatório elaborado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) aponta que apesar dos esforços feitos até o momento, pouco mudou. Pelo contrário, a humanidade parece ter retrocedido, gerando ainda mais resíduos. Além disso, bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a um sistema adequado de coleta de resíduos.
Nos países mais ricos, a coleta de resíduos é praticamente integral, enquanto nos de baixa renda, a taxa de coleta não ultrapassa os 40%. Isso resulta em entre 400 mil e um milhão de mortes por ano devido a doenças relacionadas à má gestão de resíduos, como diarreia, malária, câncer e doenças cardiovasculares.
A ONU destaca a importância de iniciar uma redução drástica dos resíduos e investir na economia circular para enfrentar essa questão de forma eficaz. A diretora do Pnuma ressaltou a urgência de manter os resíduos sob controle e adotar melhores práticas de tratamento, que poderiam reduzir os custos anuais em até $270 bilhões até 2050.
É fundamental que tanto os setores públicos quanto privados se engajem nessa causa, buscando oportunidades para criar sociedades mais sustentáveis e lucrativas. Investir em métodos de tratamento mais eficientes e em uma gestão abrangente de resíduos pode não apenas reduzir custos, mas também gerar lucros significativos, tornando o planeta mais saudável e sustentável para as próximas gerações.