A vice-diretora de Qualidade de Bio-Manguinhos, Rosane Cuber, destacou que a instituição não apenas fornece a vacina para o Brasil, mas também exporta para mais de 70 países por meio de agências da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante o surto de febre amarela que assolou o Brasil entre 2016 e 2017, Bio-Manguinhos priorizou o fornecimento para o país, deixando a exportação em segundo plano. No entanto, com o auxílio de consultores e estudos especializados, a instituição conseguiu aumentar a produtividade sem aumentar os recursos disponíveis.
Uma das melhorias significativas foi a retirada dos antibióticos da vacina, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A mudança na concentração de vírus e na diluição da vacina também contribuiu para um aumento na produção viral, sem a necessidade de mais ovos para a fabricação. Com todas essas mudanças aprovadas pela Anvisa em fevereiro deste ano, Bio-Manguinhos agora está pronta para produzir novos lotes do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) com as melhorias implementadas.
A produção do novo IFA começará ainda este ano e estará disponível a partir de 2025. Enquanto ainda há estoque do IFA produzido com a formulação anterior, os próximos lotes serão confeccionados com a nova formulação. Cuber também ressaltou que o IFA congelado pode durar até cinco anos e Bio-Manguinhos está pronta para atender a demanda do Ministério da Saúde e de possíveis pedidos da ONU.
Em resumo, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz deu um importante passo em direção à ampliação de sua capacidade produtiva da vacina contra a febre amarela, garantindo assim a disponibilidade do imunizante não só para o Brasil, mas também para diversos países ao redor do mundo.