Os familiares afirmam que o jovem era cego de um olho e possuía apenas 20% da visão do outro, o que o impedia de enxergar qualquer coisa a mais de 30 centímetros de distância. Os relatos apontam que os policiais da Rota teriam invadido a casa sem câmeras nos uniformes, portando fuzis, e atirado sem motivo aparente. Tanto o jovem quanto seu amigo foram socorridos, mas infelizmente não resistiram aos ferimentos.
As denúncias feitas pela família estão presentes em um relatório da Ouvidoria da Polícia de São Paulo sobre violações de direitos humanos durante a Operação Verão, que provocou a morte de 33 pessoas em supostos confrontos com policiais. A versão oficial dos policiais alega que a entrada na residência se deu em decorrência de uma denúncia de tráfico de drogas e que houve reação por parte dos ocupantes.
No entanto, a família contesta essa versão e apresentou laudos médicos que comprovam a deficiência visual do jovem, tornando improvável a alegação de que ele representava uma ameaça armada. Além disso, o relatório da Ouvidoria apresenta outros casos de violência policial na região, incluindo a morte de um homem deficiente físico e de um funcionário da prefeitura durante uma abordagem.
Diante desses acontecimentos lamentáveis, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) tem afirmado que as mortes decorrentes de intervenção policial são reflexo da reação violenta de criminosos, ressaltando que a opção pelo confronto sempre parte do suspeito. No entanto, as famílias das vítimas seguem em busca de justiça e das devidas responsabilizações pelos atos cometidos. A polêmica em torno desses casos lança luz sobre a necessidade de maior transparência e respeito aos direitos humanos por parte das autoridades policiais.