Einstein em Princeton: O desafio da mecânica quântica e a batalha pelo determinismo físico nos anos 30.

Em outubro de 1932, o renomado físico Albert Einstein aceitou uma posição no recém-criado Instituto de Estudo Avançado de Princeton, localizado no estado norte-americano de Nova Jersey. O plano inicial do cientista era passar metade do ano nos Estados Unidos e a outra metade em Berlim, porém, em dezembro do mesmo ano, ele deixou a Alemanha e nunca mais retornou, estabelecendo-se definitivamente em Princeton.

Ao se instalar no Instituto, Einstein começou a buscar colaboradores para seus estudos e logo encontrou em Boris Podolsky, originário da Rússia, e Nathan Rose, dos Estados Unidos, jovens com quem poderia trabalhar em seus experimentos. O trio iniciou então um intenso trabalho que se tornaria um dos mais fortes ataques já feitos à teoria quântica.

A teoria quântica, desenvolvida na época, entrava em conflito com conceitos estabelecidos anteriormente na ciência. Um exemplo disso foi o princípio da incerteza, formulado em 1927 pelo físico alemão Werner Heisenberg, que afirmava que não era possível conhecer com precisão tanto a posição quanto o momento de uma partícula subatômica. Essa ideia ia de encontro ao princípio do determinismo formulado por Pierre-Simon de Laplace, que afirmava que o conhecimento do estado atual de todos os objetos determinaria completamente o futuro do universo.

Diante desse conflito, surgiram duas correntes de pensamento. A escola de Copenhagen, liderada por Niels Bohr, argumentava que a mecânica quântica continha todo o conhecimento possível sobre o universo, incluindo a limitação expressa pelo princípio da incerteza. Por outro lado, Einstein e seus colegas acreditavam que era necessário encontrar uma teoria mais completa para a física subatômica, questionando a validade da mecânica quântica.

O embate entre as diferentes correntes de pensamento resultou em debates intensos, culminando em um ataque liderado por Einstein, Podolsky e Rose que foi considerado um golpe duro pela escola de Copenhagen. No entanto, no desfecho da disputa, os defensores da teoria quântica foram os vencedores, com a ajuda da matemática. Mais detalhes desse embate serão abordados na próxima semana.

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