Os preços de combustíveis e alimentos também têm contribuído para a desaceleração da inflação, mesmo diante de eventos como o conflito em Gaza com Israel e os ataques no Mar Vermelho, que poderiam impactar o fluxo de comércio global. Nas economias avançadas, a desinflação tem sido impulsionada pela perda de fôlego nos mercados de trabalho, ainda que estes permaneçam mais apertados do que antes da pandemia. Além disso, os efeitos secundários parecem estar sob controle, com uma desaceleração moderada nos salários e expectativas de longo prazo ainda ancoradas.
Para o FMI, as pressões desinflacionárias sobre os preços de bens devem continuar à medida que as cadeias de produção se normalizam. Já em relação aos preços de serviços, espera-se uma contribuição da melhora nos mercados de trabalho para a desinflação. O Fundo estima que a inflação no G20 fique em torno de 6,5% em 2024, ainda acima da meta em muitas economias do grupo.
O relatório também destaca a possibilidade de cortes nas taxas de juros nas maiores economias, à medida que a pressão inflacionária diminui. A demanda por ativos de mercados emergentes e economias em desenvolvimento tem crescido, com uma retomada nos mercados internacionais de dívida desde o início do ano. No entanto, o FMI alerta para as pressões fiscais em meio a um cenário de alta dívida e custos de financiamento.
Diante desse panorama, o Fundo destaca a importância da coordenação entre as políticas fiscal e monetária, mesmo com a desaceleração da inflação. Além disso, aponta as tendências globais, como a desaceleração da globalização e os impactos da inteligência artificial, que podem representar desafios e oportunidades para a economia mundial. Em relação às mudanças climáticas, o FMI sugere cooperação no âmbito do G20 para facilitar a transição para a energia verde e mitigar os possíveis impactos negativos.