Esse desempenho da DPF em janeiro é resultado do resgate de títulos prefixados, que impactou diretamente na composição da dívida pública. A proporção de papéis prefixados caiu de 26,53% em dezembro para 22,93% em janeiro, de acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF). Por outro lado, a fatia de títulos corrigidos pelos juros básicos subiu de 39,66% para 42,03%, refletindo a trajetória da Taxa Selic, que está em 11,25% ao ano.
Além disso, a Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi) também registrou uma queda de 1,48%, passando de R$ 6,269 trilhões em dezembro para R$ 6,176 trilhões em janeiro. A emissão de R$ 147,3 bilhões em títulos a mais do que os resgates, principalmente de papéis prefixados, contribuiu para esse resultado.
No mercado externo, a emissão de títulos no exterior e a valorização do dólar aumentaram a dívida pública. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 8,89%, passando de R$ 251,46 bilhões em dezembro para R$ 273,83 bilhões em janeiro.
O governo também precisou lidar com o impacto da queda do colchão da dívida pública, que passou de R$ 982 bilhões em dezembro para R$ 813 bilhões em janeiro. Essa reserva financeira é fundamental para momentos de turbulência ou concentração de vencimentos, sendo que atualmente cobre 7,1 meses de vencimentos da dívida pública.
No cenário de prazos e detentores da dívida, o Tesouro informou que o prazo médio da DPF subiu de 3,95 para 4,11 anos, indicando maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos. As instituições financeiras seguem como os principais detentores da dívida, com 28,1% de participação no estoque, seguidas por fundos de pensão e fundos de investimento.
Em resumo, a movimentação da DPF em janeiro reflete os desafios e estratégias do governo para gerenciar a dívida pública em um cenário de altos vencimentos e variações nos mercados interno e externo. A composição da dívida, os prazos e os detentores revelam a complexidade e a delicadeza da gestão da DPF em um contexto econômico e financeiro desafiador.