O estudo, assinado por um consórcio internacional de pesquisadores, incluindo um brasileiro apoiado pela Fapesp, revelou que as espécies dominantes desempenham um papel fundamental na estrutura da floresta, provendo recursos para outras plantas, fungos e animais. Com base em dados de parcelas florestais na Amazônia, África e Sudeste Asiático, os pesquisadores conseguiram identificar as espécies mais comuns em cada região.
Na Amazônia, por exemplo, árvores como o matamatá, duas espécies de açaí e o parapará foram catalogadas como hiperdominantes, representando 2,2% das espécies. Este estudo inovador proporcionou uma visão mais abrangente sobre a composição das florestas tropicais, permitindo a coleta de dados mais precisos e confiáveis sobre o funcionamento dos ecossistemas.
Com mais de um milhão de árvores analisadas em parcelas florestais, a pesquisa revelou que 93,3% das árvores foram identificadas por espécie. Essa abordagem colaborativa e global permitiu aos cientistas estabelecerem relações entre a dominância de certas espécies e a estrutura das florestas tropicais em diferentes regiões do mundo.
Além disso, a pesquisa destacou a importância de focar em espécies mais comuns para obter ganhos significativos no conhecimento sobre as florestas tropicais, embora a proteção das espécies raras também seja crucial. Coordenado por pesquisadores da University College of London, o estudo envolveu 356 autores, incluindo cientistas do Brasil, que contribuíram significativamente para a análise e interpretação dos dados.
Esses resultados fornecem insights valiosos para o entendimento e conservação das florestas tropicais, além de sugerir novas abordagens para pesquisas futuras sobre a biodiversidade desses ecossistemas vitais para o equilíbrio ambiental global.