A Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) é uma tropa de elite da PM paulista reconhecida pelo alto índice de letalidade em ações contra suspeitos. Os coronéis José Augusto Coutinho, Valmor Saraiva Racorti, e Gentil Epaminondas de Carvalho Júnior são alguns exemplos de ex-Rota que foram nomeados para ocupar importantes posições na Polícia Militar de São Paulo.
Essas mudanças geraram revolta entre os coronéis da PM, que alegam terem sido informados das trocas pelo Diário Oficial, sem nenhum aviso prévio. Segundo oficiais ouvidos, isso representa um desrespeito àqueles que dedicaram anos de serviço à corporação.
O foco da troca de 34 coronéis parece ter sido o coronel José Alexander de Albuquerque Freixo, que era considerado um dos mais respeitados coronéis paulistas e defensor do uso de câmeras corporais e de uma política de redução da letalidade policial.
A predileção do secretário por coronéis oriundos da Rota levanta preocupações sobre a valorização da força bruta em detrimento do uso da inteligência policial. Especialistas apontam que a tecnologia poderia ser melhor utilizada para direcionar as ações da Rota, ao invés de uma abordagem baseada unicamente na força física.
Além disso, as mudanças na PM ocorrem em um momento crítico para a segurança pública do estado, com aumento da letalidade policial em algumas regiões. A saída de “legalistas” e a entrada de coronéis da Rota levantam preocupações sobre o impacto dessas mudanças na atuação da polícia e na segurança da população.
Diante dessa situação, a Secretaria da Segurança afirma que as promoções e movimentações na PM são planejadas e executadas seguindo critérios técnicos, com o objetivo de aprimorar a atuação policial e reforçar a segurança da população. Porém, as críticas e a revolta dos coronéis indicam que a reconfiguração da corporação pode gerar impactos significativos na política de segurança de São Paulo.