Guajajara afirmou que o governo agora está mais ciente da situação, tem maior capacidade de atuação e promoveu ações importantes, como a reabertura de 6 dos 7 polos-base fechados durante o governo Bolsonaro. Segundo a ministra, “Entendemos que um ano não foi suficiente para gente resolver todas as situações instaladas ali, com a presença do garimpo, com a presença de quase 30 mil garimpeiros convivendo diretamente no território, aliciando e violentando os indígenas impedindo que as equipes de saúde chegassem ali”.
A ministra revelou que agora o governo sai do estado de ações emergenciais e passa a um estado de ações permanentes, com a instalação da Casa de governo em Boa Vista, reunindo a presença de 13 ministérios no território. O território Yanomami vive uma crise humanitária e, desde janeiro de 2023, foi declarada emergência em saúde pública.
A quantidade de óbitos notificados em 2023 é superior ao número oficial de 2022, mas os profissionais de saúde não comparam os dois anos devido à subnotificação elevada de casos. O governo convocou uma entrevista coletiva para discutir as ações realizadas, destacando que em 2022 era mais difícil identificar as mortes no território devido a uma menor presença de médicos e equipes de assistência.
Os representantes do governo Lula afirmaram que os dados de mortalidade de 2023 também devem ter subnotificações e que a letalidade reduziu no ano passado devido à ampliação no diagnóstico de doenças. Além disso, o governo prometeu aumentar o número de profissionais de saúde nas localidades, ampliar o número de profissionais do Mais Médicos no território, realizar remoções de indígenas para atendimento médico e construir um hospital indígena em Boa Vista. Também está prevista a construção ou reforma de 22 unidades básicas de saúde indígenas.
As causas das mortes dos yanomamis foram relacionadas a problemas de saúde, com destaque para crianças menores de quatro anos, sendo as principais causas de morte a pneumonia, diarreia, malária e desnutrição.
Estas ações do governo foram anunciadas em uma coletiva de imprensa com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e representantes da Funai e Ministério da Saúde, destacando o esforço do governo em promover ações efetivas para atender a população indígena.