Banco Central Europeu registra prejuízo de 1,266 milhão de euros em 2023, após quase duas décadas de lucros.

O ano de 2023 foi marcado por um fato inédito para o Banco Central Europeu (BCE), que registrou prejuízo pela primeira vez em quase duas décadas. A instituição teve um resultado negativo de 1,266 milhão de euros, após um ano de resultado nulo em 2022, devido às medidas necessárias para cumprir seu principal mandato de garantir a estabilidade de preços no sistema que compartilha a moeda única europeia, o euro.

Apesar do prejuízo, o BCE afirmou que isso não irá interferir em seu objetivo principal de assegurar a estabilidade dos preços, e que o mesmo será compensado por lucros futuros, sendo lançado no balanço patrimonial para este fim. O balanço patrimonial do BCE também sofreu uma retração de 24,4 bilhões de euros em 2023, caindo para 674,5 bilhões de euros, devido ao reinvestimento parcial e posterior interrupção total dos pagamentos de principal dos títulos vencidos da carteira do programa de compras de ativos (APP, na sigla em inglês) entre março e junho de 2023, e da interrupção total desses reinvestimentos a partir de julho de 2023.

Entre 2019 e 2022, o balanço do BCE expandiu-se consideravelmente, devido às compras de títulos no contexto da implementação da política monetária do sistema do euro. O programa de compras de ativos (APP) incluiu aquisições de diversos tipos de ativos, influenciando as condições financeiras gerais e, consequentemente, o crescimento econômico e a inflação.

A instituição informou que pretende continuar a reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos ao abrigo do Programa de Compras de Emergência durante a Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) durante o primeiro semestre de 2024, e reduzir a carteira do PEPP em 7,5 bilhões de euros por mês, em média, durante o segundo semestre de 2024, com a interrupção dos reinvestimentos no final do mesmo ano. Além disso, o conselho do BCE continuará a aplicar flexibilidade no reinvestimento dos resgates vencidos na carteira do PEPP, visando mitigar riscos para o mecanismo de transmissão da política monetária relacionados com a pandemia.

Portanto, o BCE busca se adequar às necessidades econômicas e financeiras da zona do euro, mesmo diante de um cenário de prejuízo, mantendo seu compromisso com a estabilidade dos preços e o progresso econômico da região.

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