Questionando a decisão do Ministério da Saúde, Girão ressaltou o fato de o Brasil ser o único país do mundo a impor essa obrigação às crianças e argumentou que elas não fazem parte do grupo de risco da doença. Para o parlamentar, a exigência é “absurda” e retira a liberdade das famílias brasileiras.
O senador afirmou que, em relação às crianças de até dez anos de idade, o mundo todo reconhece que elas possuem risco baixíssimo para a covid-19, devido à imaturidade dos receptores que o coronavírus usa como porta de entrada nas células do hospedeiro. Ele destacou que a incidência de complicações e letalidade está restrita às crianças que já possuem condições de saúde comprometidas.
Além disso, Girão questionou a forma como os testes das vacinas foram conduzidos em 2020, afirmando que foram realizados de maneira heterogênea, com tecnologias emergentes não convencionais e flexibilização de critérios técnicos e éticos. Ele levantou questões sobre a responsabilidade diante de possíveis complicações de médio e longo prazo, que podem ter sido subestimadas devido ao pouco tempo para avaliar essas questões.
Outro ponto criticado pelo senador foi a decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu liminar para suspender decretos de municípios de Santa Catarina que dispensavam a exigência de vacina contra a covid-19 para matrícula e rematrícula na rede pública de ensino.
Diante das críticas e questionamentos feitos por Girão, a discussão sobre a obrigatoriedade da vacinação em crianças ganha contornos mais complexos e evidencia a importância de um debate amplo e embasado sobre o tema. As repercussões das declarações do senador certamente terão desdobramentos nos âmbitos político e social e podem influenciar a tomada de decisões relacionadas à vacinação contra a covid-19 em crianças.
