Segundo o presidente do BC, quando comparados aos países emergentes, os juros do Brasil estão mais próximos da taxa de equilíbrio do que outros países. Ele citou o exemplo do Chile para embasar sua argumentação, afirmando que a taxa de equilíbrio no Chile, em termos reais, está entre 1% e 1,5%, enquanto no Brasil ela gira em torno de 4,5% e 5%. Isso levanta a questão: por que a taxa de equilíbrio do Brasil é tão alta?
Além disso, o debate sobre a ligação de preços aos riscos climáticos também foi abordado pelo presidente do Banco Central. Campos Neto ressaltou que os choques climáticos afetam não apenas os preços de alimentos e energia, mas também provocam prêmios de risco e atingem a estabilidade financeira, os balanços de bancos e as cadeias de suprimento.
Ao mencionar a importância do debate sobre a economia verde, Campos Neto enfatizou que o tema se tornou relevante no debate global, inclusive nas reuniões do G20, juntamente com a geopolítica e a reorganização de cadeias de produção.
Outro tema abordado foi o custo de logística em meio a tensões geopolíticas no mundo. O presidente do BC observou que a reorganização das cadeias globais de produção, influenciada por riscos na geopolítica, está custando dinheiro. Além disso, a transição verde não é linear ao longo do tempo, levando a aumentos de custo nas cadeias produtivas antes de resultar, no final, em ganhos de eficiência.
Durante o evento, Campos Neto também destacou que a economia global está seguindo um curso desinflacionário, com a continuidade da flexibilização monetária em emergentes e indicações de cortes de juros em breve nas economias desenvolvidas. No entanto, a inflação de serviços está muito alta no mundo, tendo em vista o efeito do mercado de trabalho aquecido.
Essas declarações do presidente do Banco Central geraram discussões e questionamentos sobre a política monetária e a economia verde, despertando o interesse de especialistas e membros do mercado financeiro. A afirmação de que os juros do Brasil estão mais próximos da taxa neutra do que os de outras economias emergentes foi um dos pontos mais polêmicos e debatidos, demonstrando a relevância e o impacto das declarações de Campos Neto.