Hortas comunitárias de São Paulo prosperam com cultivo de pancs e ervas medicinais

A cidade de São Paulo tem investido em hortas urbanas comunitárias como forma de promover a agricultura urbana e proporcionar espaços de convivência comunitária e educação ambiental. Atualmente, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura lista um total de 444 hortas urbanas comunitárias na cidade, das quais 291 ocupam espaços públicos cedidos pelo município. Dentre essas hortas, uma se destaca não só pela produção diversificada, mas também pela infraestrutura e gestão exemplar. Trata-se da horta administrada pelo coletivo Mulheres do GAU (Grupo de Agricultura Urbana), localizada no bairro União de Vila Nova, em São Miguel Paulista.

O coletivo é composto por sete imigrantes nordestinas que cuidam, com muita dedicação, de duas áreas de 0,2 hectares cada, onde realizam um plantio diversificado de panças, ervas medicinais, hortaliças e frutas. Uma das áreas, denominada Polo de Alimentação Saudável, conta até com uma cozinha coletiva, enquanto a outra, chamada Polo de Educação Ambiental, é um espaço de aprendizado sobre agricultura biológica para crianças.

As mulheres do coletivo seguem os princípios da agricultura urbana, realizando um plantio orgânico sem agrotóxicos ou fertilizantes, resgatando assim uma alimentação saudável e trazendo o conhecimento de lidar com a terra de seus familiares para o ambiente urbano. Atualmente, o projeto conta com a participação de outras sete mulheres agregadas, além de homens que auxiliam na segurança e funcionários contratados pelo Programa Operação Trabalho (POT) do projeto Sampa+Rural, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

As Mulheres do GAU conseguem sobreviver com os rendimentos obtidos na horta, distribuindo seus alimentos para escolas do bairro e comercializando para visitantes e moradores de União de Vila Nova. O coletivo também conta com o projeto Horta para a Mesa, que oferece almoços e cafés da manhã agroecológicos.

A horta comunitária das Mulheres do GAU tem uma história de mais de 20 anos, desde a época em que o bairro se chamava Jardim Pantanal e sofria com enchentes regulares. Após uma grande mobilização popular, o grupo de moradores conseguiu o compromisso de urbanização da localidade, e a ideia de criar a horta comunitária foi concretizada. Hoje, o espaço é incrivelmente bem estruturado, contando com uma grande estufa e áreas de cultivo diversificadas, que incluem uma variedade de plantas alimentícias não convencionais, ervas medicinais, temperos e frutas.

Recentemente, o GAU se converteu em associação, o que lhe deu autonomia para participar de concorrências e licitações. A principal reivindicação das mulheres agora é que os espaços da horta, que hoje pertencem à CDHU, sejam cedidos em regime de comodato para garantir total autonomia ao projeto.

Assim, as hortas urbanas comunitárias não apenas promovem a agricultura urbana, mas também estimulam a convivência comunitária, a educação ambiental e o empreendedorismo feminino, como visto no exemplo das mulheres do GAU. Este tipo de iniciativa é fundamental para a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a valorização de práticas sustentáveis, contribuindo para o bem-estar da população e a preservação do meio ambiente.

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