A jovem, que havia cumprido medidas socioeducativas por fato análogo a homicídio culposo, estava solta desde junho de 2022 e teve o processo extinto em julho do ano passado, conforme determina o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Mesmo com essa liberdade concedida pela justiça, a Faculdade São Leopoldo Mandic decidiu pelo desligamento da aluna, com base no Regimento Interno da Instituição e no Código de Ética do Estudante de Medicina, publicado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). A instituição assegurou a aluna à apresentação de recurso, em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa.
A mãe da jovem manifestou que a filha merece viver a vida sem linchamento moral, indicando que a família não se pronunciará sobre o caso. A defesa da adolescente classificou o episódio como um “fatídico acidente”, afirmando que o disparo que matou a amiga foi acidental. No entanto, o inquérito da Polícia Civil concluiu que o ato foi doloso, ou seja, com intenção de matar.
Apesar de ter sido aprovada em diferentes universidades no ano passado, a presença da jovem no curso de medicina foi alvo de denúncia apresentada ao comitê de compliance da Faculdade São Leopoldo Mandic, desencadeando a decisão de expulsão.
De acordo com a instituição, a estabilidade da comunidade acadêmica, a dignidade acadêmica e o respeito aos princípios éticos que regem o ensino superior são as prioridades, e por isso a aluna foi desligada para evitar riscos à reputação e imagem da instituição.
Assim, a história trágica volta a ganhar espaço na mídia com novos desdobramentos, reacendendo discussões sobre responsabilidade, punições e reinserção na sociedade após atos infracionais cometidos quando menor de idade. O caso da jovem que matou a amiga com um tiro no rosto, mesmo após cumprimento das medidas socioeducativas e liberdade concedida pela justiça, evidencia como esse acontecimento continua a impactar a vida de todos os envolvidos.