A penitenciária de segurança máxima de Mossoró, localizada no Rio Grande do Norte, foi palco de uma fuga inédita de dois detentos na quarta-feira, 14 de fevereiro. Segundo o corregedor Walter Nunes, que também é coordenador-geral do Fórum Permanente do Sistema Penitenciário Federal, os presídios federais de segurança máxima do país são cercados por arame, e não muralhas, devido à inspiração no modelo construído em locais de deserto.
Nunes ressaltou que a lógica dos alambrados é facilitar a identificação a distância de pessoas que se aproximem. Ele também enfatizou que a construção de muralhas foi identificada em 2007, mas que várias medidas de segurança foram calibradas ao longo dos anos.
O episódio foi classificado como o mais grave do sistema desde a sua criação, pois abalou a excelência do sistema prisional, que até então não havia registrado fugas, rebeliões ou uso de celulares por internos. O juiz também ressaltou a importância de obedecer aos protocolos de segurança, destacando que se eles tivessem sido seguidos a fuga não teria ocorrido.
Diante disso, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou um plano para a construção de muralhas em todos os presídios federais de segurança máxima. Apenas o presídio do Distrito Federal possui muralhas, sendo considerado o mais seguro.
As investigações apontaram que os detentos utilizaram um alicate de uma obra para cortar a estrutura da penitenciária. Os presos são suspeitos de ligação com o Comando Vermelho.
O corregedor também destacou que a obra do pátio de onde foi retirado o material usado na fuga era para a comodidade em relação ao banho de sol dos internos. No entanto, houve falhas na segurança, já que o equipamento não deveria estar acessível.
Além disso, a investigação não descarta a possibilidade de participação de funcionários da obra ou de agentes penitenciários no planejamento da fuga. Lewandowski determinou o afastamento imediato da direção da penitenciária e a nomeação de um interventor para comandar a unidade.
Em vista desse incidente grave, a segurança do sistema prisional federal está sob escrutínio, e medidas estão sendo adotadas para garantir a integridade dos presídios de segurança máxima no país.
Com base nos detalhes da fuga, percebe-se que houve uma série de falhas e vulnerabilidades no sistema de segurança da penitenciária federal de Mossoró, o que levou a uma fuga inédita e preocupante. A construção de muralhas em todos os presídios federais de segurança máxima pode ser uma medida eficaz para prevenir futuros incidentes semelhantes. A atuação das autoridades responsáveis, aliada a uma revisão minuciosa dos protocolos de segurança, é fundamental para garantir a eficiência e a segurança do sistema prisional federal no Brasil.