Expansão de fontes renováveis de energia faz setor elétrico brasileiro registrar menor índice de CO² desde 2011

O setor elétrico brasileiro registrou em 2023 o menor índice de emissões de CO2 desde 2011, de acordo com dados compilados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Isso foi reflexo da expansão das fontes renováveis de energia, que reduziram a necessidade de acionamento de usinas térmicas, mais poluentes e mais caras.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as energias renováveis solar, eólica e hidrelétrica foram responsáveis por quase 90% dos 75,6 mil MW médios injetados no sistema elétrico brasileiro em 2023. As fontes solar e eólica bateram recorde de geração, com 15,9 mil MW médios, um crescimento de quase 50% em relação ao ano anterior.

Esse crescimento das energias renováveis é destacado como um diferencial do país na corrida por investimentos em transição energética, sendo um dos pilares da nova política industrial anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo brasileiro também tem utilizado esse trunfo nos debates sobre a redução das emissões de gases do efeito estufa, como ocorreu na COP28, realizada em Dubai no fim de 2023.

Entretanto, a expansão das energias renováveis traz preocupações socioambientais, especialmente na região Nordeste, onde já é foco de uma série de conflitos. Existem críticas sobre a forma como as grandes usinas eólicas e solares e suas linhas de transmissão vêm sendo instaladas, levando entidades a lançarem propostas de novas regras para autorizações de construção de parques de geração de energia eólica e solar no país, com o objetivo de debater mecanismos de proteção contra os impactos que esses projetos impõem aos territórios e aos seus habitantes.

A expansão das energias renováveis no Brasil, no entanto, deve se manter acelerada nos próximos anos. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há hoje 107 usinas eólicas e 173 usinas solares em construção no país. Outras 515 usinas eólicas e 2.837 usinas solares já obtiveram outorga, mas ainda não iniciaram as obras. Esse cenário coloca o Brasil como um dos países com maior potencial para a produção de energia solar, abrindo possibilidades para o desenvolvimento de novas tecnologias e uma economia menos dependente de combustíveis fósseis.

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