O carnavalesco Tarcísio Zanon foi o responsável por levar para o sambódromo seis alegorias, dois tripés e o elemento alegórico da comissão de frente, totalizando 23 alas. O desfile foi organizado em cinco subtemáticas, que abordaram desde o culto à serpente até uma homenagem aos símbolos de Dangbé e às lideranças do candomblé.
A comissão de frente, feita pelos coreógrafos Rodrigo Negri e Priscilla Motta, personificava o destino de um povo ao rito de proteção das guerreiras de Dangbé, com destaque para a presença de uma cobra gigante que rastejava na Sapucaí. Além disso, o desfile contou com a presença de Julinho Nascimento e Rute Alves, como o 1º casal de mestre-sala e porta-bandeira, homenageando o espírito das serpentes.
As diferentes alas do desfile também retrataram momentos como a batalha de Aladá contra Uidá em 1660, a procissão e oferendas ao Deus-Serpente, e a presença das guerreiras Mino. O desfile também abordou o sincretismo religioso, as irmandades abolicionistas e os templos sincréticos, representando a mistura dos cultos africanos às liturgias católicas.
Por fim, o desfile culminou no Sagrado Terreiro Cósmico, que homenageou a saga Dangbé e o seu legado ancestral, convidando líderanças religiosas Jeje da Bahia e do Rio de Janeiro para tornar o desfile ainda mais especial.
O enredo “Arroboboi, Dangbé” chamou a atenção do público e dos jurados, garantindo à Viradouro o título de campeã do carnaval 2024 do Rio de Janeiro. Com uma exibição cheia de detalhes e representatividade, o desfile mostrou a importância das tradições e da cultura africana no cenário do carnaval brasileiro.