Na última terça-feira, uma tragédia atingiu a família do goleiro Weverton, do Palmeiras: uma tia materna faleceu após passar mal durante uma abordagem da Polícia Militar à casa em que morava, localizada em Rio Branco, no estado do Acre. A ação policial, que ocorreu na quinta-feira da semana anterior, terminou com duas primas do jogador sendo presas.
De acordo com familiares que testemunharam o incidente, os policiais entraram na casa em busca de um dos filhos da falecida por suspeita de furto, mesmo sem possuírem mandado para tal. Mesmo informados de que o homem que procuravam estava preso há cerca de dois anos, os agentes invadiram a residência, causando uma ação desastrosa que resultou em violência e desacato.
Segundo o depoimento do PM Manoel Ribeiro do Nascimento Neto, os agentes teriam sido agredidos verbalmente pelas irmãs Antônia Magna e Marcia Cristina Pereira Muniz, o que resultou na prisão das mesmas por desacato. As mulheres, no entanto, alegam que a abordagem da polícia foi truculenta e resultou em empurrões e gritos, como é mostrado em uma gravação feita durante o incidente. Além disso, foi confirmado pelo PM Neto que a equipe entrou na residência depois de usar “equipamento não letal (spray de pimenta)”.
A advogada Helane Christina, representante da família, reportou que os parentes chegaram a informar aos PMs que Maria José, a falecida, sofria de problemas cardíacos, entregando inclusive um laudo médico que indicava tais problemas. No entanto, a polícia ignorou os apelos da família e acabou por causar um severo problema de saúde na vítima, que faleceu após passar mal.
Diante da situação, a Comissão de Prerrogativas da OAB do Acre foi acionada e está acompanhando o caso, caracterizado como um verdadeiro exemplo de misoginia. O Comando-Geral da Polícia Militar prestou condolências à família e informou que um inquérito foi aberto para apurar as condutas dos agentes envolvidos no episódio.
O goleiro Weverton ainda não se manifestou sobre o caso. O atestado de óbito apontou que Maria José Pereira, 66 anos, faleceu devido a um infarto, ocorrido após o tumulto em sua residência. O filho de Maria José, que estava sendo procurado pela polícia, compareceu ao velório da mãe nesta quarta-feira, escoltado por policiais penais.
A advogada da família ainda relata que, durante sua presença na Delegacia de Flagrantes, levou um empurrão do PM Manoel Ribeiro do Nascimento Neto ao defender que tinha o direito de acompanhar suas clientes. Um vídeo postado pela profissional no Instagram mostra a confusão na delegacia, enquanto o policial envolvido na discussão preferiu se manter em silêncio diante das acusações.
Enquanto a Corregedoria da Polícia Militar afirma que está analisando as imagens do incidente, a OAB do Acre já se pronunciou e repudiou os “excessos de ordem física” cometidos pelos agentes. O caso se torna mais um exemplo preocupante das ações da polícia em território nacional, gerando indignação e clamor por justiça.