Fuga de presos de penitenciária federal em Mossoró gera investigações sobre falhas no rígido controle das unidades

A fuga de dois presos de uma penitenciária federal em Mossoró, no Rio Grande do Norte, tem gerado uma série de questionamentos sobre a segurança e o controle dessas unidades de alta vigilância. As penitenciárias federais são projetadas para impor regras rígidas de reclusão, controle e segurança, com inspiração no modelo americano chamado de supermax, inaugurado em 1983, em Marion, no estado de Illinois.

O rigoroso controle de visitas é uma das medidas adotadas nessas penitenciárias, que incluem agendamento de horário, quatro etapas de revistas físicas e eletrônicas, além da necessidade de apresentar laudo médico em casos específicos. As instalações em Porto Velho (RO), Brasília e Campo Grande (MS) seguem o mesmo modelo de isolamento em celas individuais, com direito a banho de sol de duas horas por dia e assistência médica, odontológica, social, de educação, religiosa e jurídica.

A fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, chamado de Deisinho, provocou questionamentos sobre as falhas de segurança dentro da penitenciária de Mossoró. De acordo com as investigações, os presos teriam utilizado material de obra para fazer um buraco no teto e facilitar a fuga, o que levantou dúvidas sobre os protocolos de segurança em vigor nas instalações.

As penitenciárias federais, com aproximadamente 12.300 m² de área construída e capacidade para 208 presos, contam com um corpo de 200 a 250 agentes de segurança, além de outros servidores como enfermeiros e psicólogos. No entanto, a fuga dos dois detentos evidenciou possíveis lacunas nos procedimentos de segurança e controle.

De acordo com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o sistema penitenciário federal abrigava 489 presos no primeiro semestre de 2023, apenas 0,07% do total de aproximadamente 650 mil presos no país. A fuga dos dois detentos em Mossoró reacendeu o debate sobre a eficácia dessas unidades de alta segurança e a necessidade de revisão dos protocolos de controle e reclusão. As autoridades competentes estão empenhadas em investigar as circunstâncias da fuga e tomar medidas para evitar novos incidentes.

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