Essa iniciativa havia sido prometida pelo governador Tarcísio de Freitas há um ano e agora se torna realidade com a instalação de 20 mil equipamentos, que a gestão estadual enxerga como uma das principais estratégias para combater a violência na região. O custo mensal para manter esse sistema será de R$ 9,8 milhões, um investimento considerável, mas que já demonstrou sua eficácia ao encontrar a pessoa desaparecida.
No caso específico da mulher encontrada, ela estava no terminal rodoviário do Tietê, onde as câmeras captaram sua imagem e a compararam com o banco de dados da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O alerta foi acionado, e uma equipe da Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi imediatamente enviada ao local para auxiliá-la e encaminhá-la a uma unidade de saúde, onde sua família foi informada e pôde finalmente reencontrá-la.
Além de ajudar a localizar pessoas desaparecidas, o sistema de reconhecimento facial também terá um papel importante na tentativa de reduzir a presença de dependentes químicos na região conhecida como cracolândia, um dos principais locais de uso de drogas na capital paulista.
De acordo com a Polícia Civil, um levantamento realizado no ano passado identificou pelo menos 200 pessoas desaparecidas que eram frequentadoras da cracolândia, muitas delas buscando se esconder de suas famílias e comunidades. O vice-governador Felício Ramuth salientou que essas pessoas buscam as cenas abertas para consumir drogas sem serem encontradas, mas que a introdução desse sistema de monitoramento pode trazer mudanças significativas nesse cenário.
Além de auxiliar na questão da segurança, as câmeras de reconhecimento facial também serão utilizadas para ações de zeladoria na cidade, como identificação de pontos de alagamento e semáforos quebrados. Guardas civis e técnicos da Secretaria de Segurança Urbana passaram por treinamento para analisar os alertas gerados pelo sistema, garantindo que as imagens sejam analisadas com critério. Uma central de monitoramento foi montada no Palácio dos Correios, no Anhangabaú, onde 40 agentes da GCM se revezarão para analisar as imagens 24 horas por dia.
Essa iniciativa representa um avanço significativo no uso da tecnologia em prol da segurança e zeladoria da cidade de São Paulo, trazendo resultados positivos logo em seu início de operação. A expectativa é de que o sistema de reconhecimento facial seja uma ferramenta fundamental no combate à violência e na melhoria da qualidade de vida na área central da cidade.