O chamado “ponto de não retorno” é preocupante e tem sido motivo de grandes discussões no meio científico, especialmente no contexto das mudanças climáticas. O desmatamento é apontado como um dos principais gatilhos para esse processo, e estimativas apontam o risco de atingir esse ponto crítico com uma perda de vegetação entre 20% a 25%, sendo que a perda atual está na faixa de 14% a 20%.
A preocupação com a Floresta Amazônica tem gerado debates em âmbito internacional, especialmente no que se refere aos impactos do desmatamento e das mudanças climáticas. O governo brasileiro se comprometeu a zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, como parte do Acordo de Paris, firmado em 2015, que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.
O estudo científico aponta que a região amazônica está cada vez mais exposta a pressões, como aumento de temperaturas, secas extremas, desmatamento e incêndios, fatores que comprometem a resiliência da floresta e influenciam diretamente no ciclo de chuvas. Ainda segundo os pesquisadores, é fundamental interromper o desmatamento e a degradação, além de expandir iniciativas de reflorestamento para evitar a transição crítica.
Aliado a isso, a seca histórica vivida pela Amazônia brasileira em 2023, com recordes de baixas dos rios, incêndios e alteração radical do modo de vida das comunidades, reforça as preocupações em relação à vulnerabilidade da região. O estudo projeta um aumento significativo de dias secos e da temperatura, o que pode resultar em uma crise hídrica acentuada.
Com a publicação do estudo na revista Nature, pesquisadores alertam para a urgência de medidas preventivas que mantenham as florestas resilientes nas próximas décadas. A sustentabilidade e preservação da Floresta Amazônica representam não apenas um desafio local, mas uma responsabilidade global, tendo em vista seu papel fundamental na regulação do clima e na manutenção da biodiversidade.