O atraso na entrega das obras da linha 17-ouro se deve a uma série de dificuldades, desde o rompimento de contrato por fornecedores até a pandemia de Covid-19. A escolha do modal e os termos do contrato também foram apontados como grandes problemas pelos especialistas.
Flamínio Fichmann, consultor em transportes, criticou o projeto do monotrilho, afirmando que é uma decisão política ruim, além de ser muito caro comparado a outras opções de transporte. Ele ressaltou que os monotrilhos são cada vez mais raros, e é comum que apresentem problemas estruturais.
O engenheiro Peter Alouche também criticou a adoção da tecnologia de monotrilho nas linhas 15, 17 e 18, afirmando que faltou um debate público e sincero sobre o assunto. Das três linhas, apenas a 15-prata está em operação, e a linha 18-bronze foi substituída por um BRT.
Uma das principais dificuldades enfrentadas na linha 17-ouro foi a desistência da fornecedora de trens em 2019, o que atrasou a entrega. A gestão João Doria assinou um contrato com uma fabricante chinesa para o desenvolvimento de um novo modelo de trem, mas a pandemia de Covid-19 acabou impactando a cadeia de fornecimento e atrasando ainda mais a entrega.
No ano passado, a gestão Tarcísio de Freitas rompeu unilateralmente o contrato com o segundo consórcio, o Monotrilho Ouro, e as obras estavam paralisadas. A inauguração da linha 17 está prevista para 2026, e especialistas acreditam que os primeiros meses de funcionamento serão de longos e imprevisíveis testes.
Os ex-secretários responsáveis pela pasta dos Transportes Metropolitanos durante as gestões de Geraldo Alckmin no estado afirmam que empenharam todos os esforços para executar as obras, garantindo todos os recursos financeiros. O ex-governador João Doria não quis comentar o assunto, e a gestão Tarcísio informou que retomou as obras das estações, via e pátio, e que a vegetação que atravessa a via dos trens será cortada em outra etapa da obra.
Apesar das dificuldades enfrentadas, a expectativa é que a linha 17-ouro do monotrilho seja inaugurada em 2026, trazendo uma nova opção de transporte para os moradores da região sul da capital paulista.
