De acordo com relatos dos foliões presentes, os agentes da GCM se posicionaram em formação de confronto e começaram a bater os cassetetes nos escudos, em resposta, garrafas de vidro foram lançadas em direção aos agentes, que revidaram com tiros de bala de borracha. Como resultado, uma foliã foi atingida no pé e outra foi alvo de uma borrifada de spray de pimenta a queima-roupa ao se aproximar dos agentes para argumentar sobre o uso da violência na dispersão.
A organizadora do bloco, Carolina Ragagnin, comentou que o evento havia sido encerrado às 16h e que a GCM argumentou que precisava dispersar para permitir que a equipe de limpeza trabalhasse. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi procurada para comentar o episódio, mas ainda não deu resposta.
A região da praça Olavo Bilac é conhecida por concentrar bares e casas noturnas e, nos finais de semana, costuma ficar com as calçadas tomadas, fora do período de Carnaval. Este ano, a gestão Nunes estabeleceu que os blocos fossem dispersados até às 17h, um horário que tem gerado protestos por parte dos organizadores, já que no ano passado o limite era às 18h.
Além disso, a dispersão violenta de foliões já havia sido motivo de problemas no Carnaval do ano passado, principalmente na região central da cidade. Houve relatos formais de agressão à Ouvidoria das Polícias, o que resultou em reuniões com os blocos e com o comando da Polícia Militar para tentar reduzir as ocorrências de violência policial nos dias de festa.
Outro episódio ocorreu no último domingo, quando o bloco Bonde Pesadão, da cantora Iza, ocupou as ruas de Santo Amaro, na zona sul. A dispersão foi realizada com um “paredão” de funcionários da prefeitura que foram arrastando os foliões assim que a música parou.
A atuação da GCM e as medidas de dispersão adotadas pela gestão municipal têm gerado controvérsia e provocado debates sobre a segurança e a gestão do espaço público em eventos carnavalescos na cidade de São Paulo. A busca por alternativas que conciliem a diversão e a preservação da ordem certamente continua a ser um tema relevante para a sociedade e as autoridades municipais.