A estimativa é que os dados sejam coletados ao longo de três meses, aproximadamente. Após a coleta, seguirá uma etapa de gestão e organização que deve durar cerca de seis meses, segundo o planejamento inicial. A divulgação dos resultados está prevista para o próximo mês.
A ideia é visitar os espaços de capoeira e entrevistar as pessoas responsáveis, além de produzir um banco de dados que ficará disponível para entidades de capoeira e pesquisadores.
Em entrevista, o contramestre Renato Manoel de Souza, conhecido como Palito, falou sobre a importância de envolver no projeto apenas pessoas comprometidas com a capoeira e destacou a luta histórica do movimento contra o racismo e a discriminação.
Palito ressaltou a importância de preservar a memória e a tradição da capoeira, que foi perseguida por ser uma manifestação cultural de africanos escravizados, e expressou sua preocupação com a possibilidade de alguns espaços de capoeira, atualmente não mapeados, deixarem de existir sem que ninguém saiba.
Além disso, Renato lembrou que o censo é uma continuação de outras ações iniciadas em 2018 e 2019, incluindo uma audiência pública organizada pela deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) no final de 2019.
O objetivo final do censo é qualificar ainda mais as ações do movimento dos capoeiristas junto ao poder público, além de impulsionar a descentralização de recursos e políticas públicas, beneficiando diversos grupos de capoeira na cidade de São Paulo. Este é um passo importante não apenas para a preservação da cultura afrodescendente, mas também para o desenvolvimento da maior cidade do país.