Membros de organizações de direitos humanos são abordados pela Rota na entrada da favela Sambaiatuba em São Vicente

Uma comitiva formada por membros de organizações de direitos humanos sofreu uma abordagem policial na entrada da favela Sambaiatuba, em São Vicente, no último domingo (11). O grupo havia saído de São Paulo pela manhã com o objetivo de ouvir relatos e prestar atendimento a familiares de 19 pessoas mortas pela Polícia Militar da Baixada Santista. Esses casos começaram após o assassinato do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, no início de fevereiro. A comitiva, que incluía a ouvidora nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, e o ouvidor da Polícia de São Paulo, Claudinho Silva, foi abordada por policiais militares armados com fuzis, que questionaram se o grupo tinha passagem pela polícia.

A situação deixou em pânico familiares de vítimas que estavam dentro da van, incluindo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar alegou que não realizou uma abordagem e que os agentes estavam apenas orientando o grupo de segurança. No entanto, a situação gerou um clima de tensão entre os presentes, e o grupo prosseguiu com suas atividades em São Vicente durante todo o dia.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) também acompanhou a comitiva, mas não estava presente no momento da abordagem policial. Ele passou a manhã com o pai de um homem baleado duas vezes por um PM em uma rua de São Vicente. Suplicy expressou a necessidade urgente de o governador Tarcísio de Freitas e o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, providenciarem a instrução para a Polícia Militar e os órgãos da Polícia Civil a fim de evitar abusos do poder policial que fira os direitos humanos.

O deputado ressaltou que no estado de São Paulo, considerado o mais desenvolvido do Brasil, não pode haver uma polícia que aja com arbitrariedade e desrespeito aos seres humanos. A comitiva continuou suas incursões por São Vicente até o fim da tarde, ouvindo relatos de violência policial e estendendo sua atuação em prol dos direitos humanos na região da Baixada Santista.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo