Na última terça-feira, a prefeitura realizou uma vistoria no local e constatou que a empresa responsável pelo estacionamento não possuía licença de funcionamento. Como resultado, a empresa foi notificada para regularizar a situação em até um mês. Até o momento, o Grupo Silvio Santos não retornou as tentativas de contato por parte da reportagem.
A gestão de Ricardo Nunes afirmou ter pedido o remanejo dos veículos terceirizados, mas até a tarde da sexta-feira, não havia ocorrido nenhum tipo de mudança nesse sentido.
De acordo com informações obtidas pela Folha, o estacionamento está em funcionamento desde 2010, porém não há nenhuma placa identificando a empresa proprietária e a segurança é feita por apenas um funcionário. O terreno possui o mesmo tamanho de um campo de futebol (11 mil metros quadrados) e é murado por todos os lados.
Anteriormente, o terreno contava com um acesso aos fundos do teatro projetado por Lina Bo Bardi, por meio dos chamados Arcos do Beco do Teatro Oficina. No entanto, na última segunda-feira, funcionários do Grupo Silvio Santos surpreenderam integrantes da companhia fechando os arcos com tijolos, em mais um episódio da disputa que perdura há anos.
Essa disputa foi liderada pelo dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, fundador do Teatro Oficina, que tentou transformar a área em um parque, conhecido como parque do Rio Bixiga. Em dezembro, um acordo entre o Ministério Público e a Prefeitura de São Paulo viabilizou a criação do parque, definindo a destinação de R$ 51 milhões para a implantação do espaço verde. Essa verba é proveniente de um acordo judicial com a Uninove e deve ser utilizada prioritariamente para a aquisição ou desapropriação do terreno de Silvio Santos.