Segundo a denúncia recebida em 2023, a saída forçada do agente da corregedoria da corporação ocorreu após a transferência para outro batalhão. Isso fez com que Affonso perdesse a gratificação que recebia, além da suposta propina, de acordo com um relatório obtido pela reportagem. No entanto, ao ser preso, Affonso negou qualquer envolvimento na morte da policial e ainda não possuía advogado para defendê-lo.
A determinação da saída da corregedoria foi realizada pelo coronel Elton Marques, que na época comandava a 8º DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), unidade da corregedoria voltada para descobrir possíveis policiais envolvidos com milicianos e contravenção. Affonso era lotado nesta unidade, juntamente com Vaneza.
A denúncia passada para a Polícia Militar acusava Affonso de operar um drone para a milícia e participar de reuniões do grupo. Além disso, foi dito que, por trabalhar na corregedoria, ele poderia escolher a unidade para onde seria transferido enquanto a investigação fosse realizada, tendo optado pelo 27º BPM (Santa Cruz), área de atuação da milícia de Zinho.
A defesa de Zinho foi procurada pela reportagem, mas não respondeu. Em manifestações anteriores, sempre negou que o preso seja líder de milícia. O coronel Elton foi escolhido para assumir o comando do 27º BPM devido ao seu trabalho de enfrentamento à milícia na corregedoria, chamando Affonso para ser seu motorista.
Segundo a Polícia Civil, Affonso fez 35 consultas no sistema interno da polícia sobre a placa do veículo de Vaneza, no período de 11 de abril a 29 de novembro de 2022, o que levantou suspeitas sobre o subtenente. Além disso, um subtenente Wilson Sander Lima, também preso por suspeita no homicídio, teria feito consultas às placas para verificar informações dos carros estacionados na unidade onde Vaneza fazia serviço extra.
A polícia acredita que a morte de Vaneza pode ter sido motivada pelo fato de que, ao trabalhar como motorista do coronel, o subtenente poderia ter presenciado conversas entre o oficial e a policial, o que teria ocasionado o crime. A investigação ainda apontou o envolvimento da milícia de Zinho na morte da policial, relacionando a munição utilizada no crime ao 31º BPM, onde Lima, um dos policiais presos, trabalhava.