Essa decisão levou o prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD), a assinar um decreto proibindo o uso de celulares nas escolas da rede municipal. A medida se aplica não apenas ao interior das salas de aula, mas a qualquer espaço ou tempo escolar, incluindo corredores e recreio. No entanto, o uso pedagógico dos dispositivos é exceção à proibição, desde que autorizado pelo docente.
A proibição do uso de celulares nas escolas é uma resposta à queixa dos professores sobre a dificuldade em manter os alunos concentrados nas atividades pedagógicas propostas. Conforme ressaltado em matéria publicada pela Folha de S.Paulo, as plataformas digitais, principalmente as redes sociais, contribuem para a dispersão dos estudantes, o que tem impactos negativos no processo de ensino e aprendizagem.
No entanto, a proibição do uso de celulares não deve ser um impedimento para a educação midiática dos estudantes. A importância de prepará-los para o uso seguro da internet foi destacada em um evento realizado para celebrar o Dia da Internet Segura no Brasil. Iain Drennan, diretor-executivo da WeProtect Global Alliance, defendeu esforços para que crianças e jovens tenham experiências positivas online e se beneficiem do uso das tecnologias digitais.
Além disso, é preciso considerar que a proibição do uso de celulares na rede carioca de ensino, com exceção para fins pedagógicos, endossa a perspectiva de uso individual e privado dos aparelhos para a concretização da inclusão digital na escola. No entanto, a solução não pode recair apenas sobre os estudantes e suas famílias, especialmente em redes públicas de ensino que já possuem dispositivos como tabletes.
Os desafios relacionados ao acesso de crianças e adolescentes à internet, sobretudo por meio de celulares, são complexos e numerosos. É fundamental abordar a segurança digital juntamente com a construção de ambientes educativos que promovam a aprendizagem, sem violar a inclusão digital e a educação midiática dos estudantes.