No mês de janeiro, foram aplicados R$ 332,3 bilhões na caderneta, enfrentando saques no valor de R$ 352,4 bilhões. Os rendimentos creditados somaram R$ 5,2 bilhões. Mesmo que o resultado negativo do mês passado tenha sido menor do que o observado em janeiro de 2023, quando os saques excederam os depósitos em R$ 33,6 bilhões, o cenário ainda é preocupante.
No ano de 2023, a caderneta de poupança apresentou uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões, resultado menor do que o registrado em 2022, quando a fuga líquida foi recorde em R$ 103,24 bilhões. A alta da taxa básica de juros, conhecida como Selic, é um dos fatores responsáveis pelos saques na poupança, já que estimula a aplicação em investimentos com melhor desempenho.
Durante um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis, o Comitê de Política Monetária do BC elevou a Selic por 12 vezes consecutivas de março de 2021 a agosto de 2022. Posteriormente, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas entre agosto de 2022 e agosto de 2023, com o objetivo de conter a inflação. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.
Ao analisar os anos anteriores, em 2021 a retirada líquida da poupança atingiu R$ 35,49 bilhões, contrastando com a captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões registrada em 2020. Esse resultado positivo em 2020 foi influenciado pela instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de Covid-19 e pelo pagamento do auxílio emergencial, depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.
Em razão dessa queda contínua na caderneta de poupança, é necessário um acompanhamento constante da situação para compreender os impactos econômicos e sociais desse fenômeno.