Governo federal institui Programa Brasil Saudável para eliminar 14 doenças socialmente determinadas, visando combate à desigualdade e vulnerabilidade social.

O governo federal anunciou nesta quarta-feira (7) o programa Brasil Saudável, que tem como objetivo eliminar ou reduzir 14 doenças e infecções que afetam com mais intensidade populações em situação de maior vulnerabilidade social. A iniciativa visa tratar males que são conhecidos como socialmente determinados e são responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil entre 2017 e 2021.

As doenças que serão alvo do programa incluem a malária, a doença de Chagas, o tracoma, a filariose linfática, a esquistossomose, a oncocercose, a geo-helmintíase, além de infecções de transmissão vertical, como sífilis, hepatite B, HIV e HTLV. Além disso, a iniciativa buscará reduzir a transmissão da tuberculose, da hanseníase, das hepatites virais e do HIV/aids.

O Brasil Saudável identificou 175 municípios prioritários que possuem altas cargas de duas ou mais doenças e infecções determinadas socialmente. A ação envolverá 14 ministérios e buscará enfrentar a fome e a pobreza, ampliar os direitos humanos, proteger populações em situação de risco, qualificar trabalhadores, movimentos sociais e sociedade civil, além de ampliar ações de infraestrutura, saneamento básico e ambiental.

Durante a cerimônia de lançamento do programa, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que as doenças determinadas socialmente são causadas pela desigualdade, não pela pobreza. Ela ressaltou que a desigualdade impacta não apenas as 14 doenças listadas, mas todas as enfermidades, desde doenças crônicas até o tratamento do câncer.

O diretor-geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, classificou o programa como ambicioso e ressaltou que as Américas têm grande liderança no mundo em relação à eliminação de doenças. O diretor da Opas destacou que a região das Américas enfrenta iniquidades enormes e que é a mais desigual do mundo, com países que possuem graves crises sociais e políticas.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também elogiou o programa Brasil Saudável e destacou a importância dos movimentos sociais para sua execução. Adhanom considerou o plano audacioso e afirmou que a iniciativa não pode ser feita apenas pelo governo.

O Brasil Saudável será coordenado pelo Ministério da Saúde e contará com ações articuladas com outras pastas do governo, como a Ciência, Tecnologia e Inovação, o Desenvolvimento e Assistência Social, Educação, Igualdade Racial, entre outros. A meta é oferecer tratamento adequado a pessoas atingidas pelas doenças e infecções abrangidas pelo programa, buscando reduzir custos e melhorar os resultados.

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